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Música e Indicação Geográfica


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Nesse 1º de Outubro, Dia Mundial da Música, deguste a delicadeza e delícia do texto de Maria Cláudia Nunes, Especialista em Propriedade Intelectual, uma apaixonante relação entre música e Indicações Geográficas:


Fazemos referências geográficas sem perceber. Não só referenciamos aquele saboroso queijo mineiro ou aquela farinha amazonense, mas referenciamos pessoas, serviços, cultura.
Lanço o desafio de explicar a relevância das referências geográficas num paralelo com a música brasileira e suas manifestações culturais.

A Fafá é de Belém e ainda que não saibamos detalhadamente sobre sua carreira, teremos uma boa noção das características artísticas que ela traz. É Pará, é Norte, terra de forte influência indígena, berço do carimbó, siriá e marujada.

O Robertinho é de Recife. Tem que ter frevo. Ou não. Mas se tiver, melhor! (E tem!)
O Oliveira é de Panelas (PE), a Mocinha é de Passira (PE), o Novinho é da Paraíba, o Pantoja é do Pará, o Manelim é Urucuia (MG), o Coco Raízes é de Arcoverde (PE), Ciço é do Pará, Lia é de Itamaracá (PE), a Banda de Pífanos é de Caruaru (PE).

Ao escutar o som de uma alfaia no compasso 4/4, o ouvinte é rapidamente levado a uma ladeira de Olinda ou para alguma viela do Recife Antigo. De origem africana, o Maracatu tem um som característico. Surgiu em Pernambuco em meados do século XVIII e já tem até uma cidade – Nazaré da Mata – que é conhecida como a “Terra do Maracatu”.  

Se de longe ouvir os primeiros acordes de uma gaita ponto, nem precisa estar entoando Prenda Minha, você será levado para as terras sulistas com aquelas fortes influências castelhanas da região. Vai dar até para sentir o cheiro da erva-mate fervendo na cuia do chimarrão.

Borghetti e Yamandu brilham no quesito referência geográfica. Deram uma verdadeira aula de origem & orgulho no DVD lançado em 2017. Em uma das faixas, num bate-papo inicial, Borghettinho solta: “Um compromisso que a gente tem de dizer: É daqui que a gente vem!”.

O Boi-Bumbá Amazonense ou o Boi de Parintins é tradição centenária. Você não precisa conhecer a fundo para amar. Basta conhecer algum caboclo da região que lhe fale sobre o Boi, basta ouvir as primeiras toadas acompanhadas dos tambores de couro e você vai amar também. Aconteceu comigo, é verdade esse bilhete.

A referência geográfica, em especial nesse Brasil heterogêneo, é um atestado, antes de tudo, de história. Muitas! Desde o movimento migratório até a toda formação do terroir.
Referenciar o seu local de origem, seja na música ou nas Indicações Geográficas, é levar de volta ao lar.

Aguça os sentidos, desperta a memória afetiva. Tem cheiro, afinação, sotaque, harmonia, sabor, textura e consonância.

Hoje, Dia Mundial da Música, uma reverência à ancestralidade, àqueles que nos antecederam e nos deixaram todas as ferramentas para continuar, com orgulho, aquilo que temos de melhor!!

Fonte: Acervo Origens

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